
Dormindo ouvi dizer que quem amava e bebia
Da água da simpatia na fonte do bem querer
Despertei-me e pus a ler os versos de Anacreonte
No reino de Faetonte no pé do monte sombrio
Junto às nascenças dos rios fui beber água na fonte
No pé de um grande rochedo achei a bela piscina
Puramente cristalina deslizando de um penedo
A sombra do arvoredo estava uma linda dama
Adormecida na grama, tinha as feições de uma fada
Era uma ninfa encantada e debaixo da verde rama;
A água estava repleta de frutas, botões e flores
Com variações de cores que admirava um poeta
De uma beleza completa eu vi a relva cobrisse
Eu fiquei como quem visse o eterno paraíso
A ninfa ofertou-me um riso, uma florzinha me disse:
Aquela ninfa é a sorte, uma filha do destino,
Compositora do hino do amor seguro e forte.
Se queres o passaporte, falai com a linda dama
Ela se ergue da cama, com muito zelo te acata
Quando a sorte é ingrata, muito padece quem ama.
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